Há, de facto, uma intensidade muito Nicholsiana no olhar de João Gabriel. Ou apenas loucura, dirão alguns. Tudo depende do grau artístico com que olhamos para a personagem.
Parece consensual que Gabriel voa sobre um ninho de cucos, gaivotas e outras aves com uma expressão insana, como que anunciando “Heeeeeere’s Johnny!”. E não é que o tipo se chama mesmo João? Esta é uma coincidência tão marcante quanto um machado espetado numa porta de madeira. É verdade que de cientista e de louco temos todos um pouco, mas o Gabriel parece dosear uma das componentes com um evidente excesso; apostamos que não deve tardar muito para Gabriel começar a correr num labirinto à neve após ter passado uma noite de farra com alguns amigos imaginários.
“All work and no play makes Johnny Gabriel a dull boy”. E é verdade. Vejam o aspecto cansado que emana daquela barba por fazer. Beber tanta Carlsberg e proclamar essa funesta façanha aos quatro ventos é capaz de não ter sido uma boa ideia. E estar recorrentemente a ler textos escritos por outras mãos em conferências de imprensa também não – especialmente, quando esses textos contêm tantos erros ortográficos quanto os múltiplos braços de Wagnão e Pedro Silva. Jorge Sampaio pelo menos escrevia sem erros, embora desconhecesse quanto pó podia caber num pneu.
O estilo psicopático de Gabriel propicia a polémica. A Cromos da Bola, SAD recolheu alguns depoimentos que atestam esse frisson gerado pelo lunático Gabriel, o assessor de aspecto mais esquizofrénico do momento. Passemos então a palavra a terceiros, antes que o aparentemente instável Gabriel nos atinja com uma das suas famosas exposições entregues em sede própria:
“É um homem dos meus, de barba rija! O meu arroto de saudação para ele! BUUURP!” (Leonor Pinhão, a fazer de conta que lia a Maxmen com uma mão, enquanto coçava a virilha pelo buraco dos jeans com a unha do mindinho da outra mão)
“O senhôur Gabriele? Está muito bênhe! Douê os meus bibas a esse graunde bulto da comunicaçõuê!” (Sílvio Cervan, ignorando a presença de Dias Ferreira, mesmo com as dioptrias no máximo)
“Graaaur! Grrrrrr!… Auf! Auf! Grrrrrrr!” (Dias Ferreira, babando-se para cima de Sílvio Cervan, apesar do açaime)
“Objectivamente, e tendo em conta a sua posição, trata-se de um…” (Guilherme Aguiar, antes de ser interrompido)
“Tivemos alguns momentos de efusiva proeminência linguística que muito contribuíram para elevar os patamares do sentimento lusitano, não raras vezes imbuídos por uma bilateralidade afectuosa salutar. Infelizmente, o inexorável respingar secular dos ponteiros sobre o quartzo tornou a nossa quotidiana convivência uma memória longínqua que, não obstante, jamais conseguirei olvidar… snif…” (Jorge Sampaio, abraçado a Manuel Machado, vertendo uma lágrima)
“… como o seu treinador Cuíkeh Flores. Objectiva e indiscutivelmente.” (Guilherme Aguiar, depois de ser interrompido).
“Vou-me embora! Agora é que é! Vou-me embora! Já chega! Quero lá saber das contas! Ninguém me chama lacaio de ninguém!” (Soares Franco, enquanto levava calduços de empregados do BES numa rodinha lá para os lados do Estoril)
“Hãããã… o doutor… hããããããã… como eu dizia… ooooo… hããããããã… doutor… hã? Não ouvi bem… continuando… hããããã…” (Dias da Cunha. Acabou a frase às 3 da manhã. Já lá não estávamos.)
“Até quando estive três jogos sem ganhar tinha os dentes mais limpos que esse tipo.” (Jesualdo Ferreira, tentando lembrar-se quem seria o gajo que tinha cabelo de bananeira e que comia amendoins durante o treino – era o Guarín)
“Mira, tío; yo no sé quien es Juan Gabriel, pero estoy en una posición muy buena en la poll de esto blog; yo nunca estuve tan cerca de ganar alguna cosa en mi vida, icoño!” (Escalona, visivelmente emocionado perante o que pode ser o ponto mais alto da sua carreira)
(Rui Costa, o Santo Patriarca dos Túneis)
terça-feira, abril 14, 2009
Voando Sobre Um Ninho De Cucos
“Podíamos divertir-nos sem conhecer o João Gabriel? Podíamos. Mas não seria a mesma coisa.” (Luís Freitas Lobo, enquanto temporizava uma transição ofensiva apoiada num pivot que sabe preencher os espaços)
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1 comentário:
Este homem é tão despropositado, alienado e estapafúrdio nas suas declarações, que faz lembrar uma espécie de jornal Record versão audio.
Parafraseando outro grande personagem de outra obra-prima do mesmo realizador, "I've suffered the tortures of the damned, sir".
Suponho que também tenha sofrido uma lavagem ao cérebro sob banda sonora do good old Ludwig Van.
"Cuíkeh Flores" hehehehe
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